quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

o Papa zangou-se

O Papa zangou-se e disse a uma dessas parvas religiosas que é mais violenta, egoísta e bardajona que as não beatas: vai pró caralho minha puta e aprende o valor da humildade em vez de tratares isto como um concurso de celebridades, já que tanto insistes em celebrar a tua religiosidade. Pró caralho, ouviste! - Foi exactamente assim que se passou.


Parece que dois tipos esgotaram os coliseus de Lisboa e do Porto 17 vezes. Coisa pouca (pisca, pisca, estou a ser irónico). Gosto muito destes gajos, que não querem desconstruir a música ou o formato canção, nem pôr em causa o conforto burguês ao qual todos almejamos (almeja filho, almeja), ou reconstruir a música portuguesa, ou criar fusões entre o caralho grande e a cona da mãe, mas apenas fazer música de que a malta goste. Às vezes seguir o cânone é a coisa mais radical que se pode fazer, especialmente se isso lhes permite atingir a independência financeira (que ninguém se equivoque, o Marx é que tinha razão, sem a independência material tudo o resto é como o proverbial peido no vento, uma frase já agora que estou a copi-parafrasear de um livro do Kurt Vonnegut cujo título não me vem à cabeça, o que já agora me acontece com frequência) que por sua vez lhes permite fazer mais música, colaborar com mais gente (um deste bananas está a gravar um album com o Chico Buarque, assim como quem não quer a coisa. Aposto que até o trata só por Chico e lhe dá um abraço quando está várias semanas sem o ver, como se não fosse nada), dar mais concertos e trazer um pouco de alegria a este bonito e maravilhoso povo português que tem sido tão mal tratado por politicos muito piores do que aquilo que merece.


Não são caso único, estes dois paspalhos, de voluntaristas que trabalhando em Portugal estão a fazer coisas incríveis. Portugal é apesar de tudo um país desenvolvido, com alguns recursos, que alguns românticos aproveitam para se sublimar através do trabalho e do esforço. Infelizmente não se passa mais porque depois falha o lado institucional, ou formal, que em Portugal é dominado por gente mediocre, muito séria, muito respeitável, que só sabe fazer merda. Se não fosse por isso, e os recursos que existem em Portugal a este nível fossem postos ao serviço de promover a criatividade deste nosso belo povo haveria mais gente a fazer merdas interessantes. Como não é assim, restam-nos estes marmanjos desassombrados e com talento.


Actualização: esta banana fez esta merda só para mostrar que eu estava correcto na minha análise sobre a emergência de alguns focos de luz neste nosso belo país: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=812692


Actualização 2: para que não pensem que aquele primeiro parágrafo foi apenas um exercício absurdista, aqui vai o video