sábado, 23 de maio de 2015

terça-feira, 19 de maio de 2015

O Osório

Volto à entrevista de há uns posts atrás, para dizer variadas coisas:

1. O Luis Osório gosta de pensar que é poeta, mas aquela merda sai-lhe mal e forçada. Isto afecta-me porque tive aqui há uns anos uma relação homossexual não consumada com o Luis. Assim como o James Franco, eu também sou gay até ao momento da penetração. Vissem-me vocês na minha vida privada, e encontrar-me-iam frequentemente aos melos com um tipo barbudo, com as unhas cravadas na sua nalga e a outra mão afagando furiosamente o seu peito peludo, para que depois, quando o ponho de gatas e agarro no meu mastodonte erecto pronto para o penetrar, decida que afinal não, eu gosto mesmo é de gajas e acabe por ejacular numa tela, como parte da minha série de pinturas conceptuais entituladas: vim-me com querer, lol.

É verdade que a minha relação homosexual não consumada com o Luís foi influenciada negativamente pelo facto de nunca o ter conhecido, nem sequer o ter visto em pessoa. Mesmo assim, houve um período da minha vida em que, ainda imberbe, na busca por uma identidade, me senti identificado com o Osório. Aquela mania de injectar um sentido metafísico em coisas mundanas dava-lhe um ar de alguém que tentava ter um pensamento próprio o que na altura me fascinava, pois infelizmente meus amigos, apesar deste nosso país ser maravilhoso e fantástico em muitos aspectos, a vida intelectual publicada e televisada continua pobrezinha. É agora claro para mim que aquela poesia obfusca mais que ilumina, pois não representa o desejo de pensar o quotidiano de forma mais interessante, mas apenas de projectar o quão interessante é o Luís Osório quando pensa o quotidiano. O problema é que ele não é assim tão interessante.

2. O Pedro Mexia é um gajo intessante, por outro lado. Há algumas pessoas que eu gostava de ser em vez de ser eu, e ele é um deles. Não que gostasse de viver no corpo dele, com as ideias dele, mas sim gostava de ser mais como ele: ler mais, ser mais desprendido para com a vida, ter aquele apego pela melancholia, ter trabalhos interessantes e escrever para os jornais. Se eu conseguisse aliar aquela vida com o meu pragmatismo financeiro, transformava o que ele tem numa máquina de fazer dinheiro, mantendo no centro a actividade intelectual e sem afectar os meus rígidos princípios esquerdistas.

O problema do Pedro Mexia é que ele é produto de um contexto histórico que não escolheu, contexto esse caracterizado pela pobreza do discurso intelectual público em Portugal, aliado a uma sociedade paternalista e conservadora (volto a dizer, que em nada afecta a espectacularidade deste nosso país). Neste contexto, os homens de bem, os 'senadores', os 'paizinhos da nação' e os patriarcas austeros são chamados a comentar sobre tudo, desde política ao futebol passando pela evolução da pornografia na era da internet. Aquela entrevista, feita pelo desinteressante Luís Osório, é produto deste contexto e ao mesmo tempo responsável pela rua reprodução. Ao Pedro Mexia é-lhe pedido que comente sobre uma série de merdas que ela obviamente não pode dominar. Embora eu reconheça os perigos de restringir todas as discussões públicas a campos de especialistas, pois o conhecimento técnico por vezes limita o debate em vez de o alargar, esta merda de perguntas sobre todas as merdas que interessam só faz sentido num contexto em que o conhecimento não é visto como uma coisa útil mas sim como um aliado do estatuto social.


quinta-feira, 14 de maio de 2015

Fantasias

Uma das minhas fantasias de homem casado é escangalhar tranca bardajona. Claro que um homem como eu jamais pularia a cerca, pois o meu sentido de missão neste planeta é total e inabalável, o que me leva a comportar-me quase sempre de acordo com principios morais rigorosos. Mas quando me imagino solteiro, ou mais frouxo moralmente, uma das minhas fantasias é engatar uma gaja meio gorducha e partir-lhe a bilha. Não estou a falar de obesas, mas sim daquele gordo das britânicas, que mesmo quando são magrinhas têm um corpo fofinho, consequência natural de só comerem merda. Ainda ontem ia a andar pela rua e vejo uma gaja de calças de licra, a vir de uma corrida ou a preparer-se para correr, com um rabiosque solto nas pontas, saltitão, deformado e uma barriga de cerveja. A gaja nem era particularmente bonita, mas aquele conjunto arregalou-me os olhos e pus-me a imaginar como seria rebolar com a tipa. Com o meu aspecto latino a gaja até poderia achar piada e aceder ao meu desejo, em troco de poder mostrar-me às amigas como um troféu de juventude. Imagino que teria a sua piada, uma queca à canzana, com aquelas carnes soltas movendo-se caoticamente em várias direcções. Claro que me sinto atraído pelas boazonas, todas direitinhas, com a pele limpa, que bebem muita água e comem saladas. Só que com essas o sentimento de transgressão é mais linear: são jeitosas logo teria prazer em enrolar-me com elas. Já com as fofinhas há um duplo sentido de aventura, que inclui a atracção pelo sexo meta-marital e por uma mulher desconchavada que não deveria ser objecto de desejo, de acordo com os parâmetros irrealistas definidos por esta sociedade sexista, imperialista e capitalista em que tão miseravelmente vivemos.  

Coisa têm-se passado

Desta vez não foram as putas das festas, mas desenvolvimentos profissionais significativos que me mantiveram ocupado. Não foi certamente a falta de ideias. Todos os dias tenho pelo menos duas coisas sobre as quais quero escrever, só que entre o trabalho, a pirralha, a falta de sexo, o alcóol, os livros e as séries televisivas, às vezes falta-me tempo. Já agora, para que não pensem que sou um filisteu agarrado à televisão (era-o sem dúvida a crescer; passava horas a ver merda na TV, merdas  que não me diziam nada, das quais não me lembro nem um poucochinho, como um carocho), tenho a informar-vos que nos últimos anos (digamos 5 anos, + ou -) só vi a sério duas series de televisão: The Wire e Breaking Bad, só que vi ambas pelo menos 4 vezes desde o princípio ao fim, mais as vezes em que ponho trechos no youtube só para dar uma olhada. Ou seja, vi todos os episódios, das 5 temporadas, umas quatro vezes. Todas os outros eventos televisivos vejo de forma fragmentada e pouco séria e meus amigos, não há nada mais desagradável do que ver televisão de forma pouco séria.

Entretanto hoje cheguei ao bules e entrei no facebook. Saiu dali uma colheita interessante de artigos. Ora vejam lá:

Louis CK na Rússia

Trecho da Amy Schumer

Entrevista ao David Letterman num momento crucial da sua vida

Um artigo no blogue nos novos rurais