quinta-feira, 14 de maio de 2015

Fantasias

Uma das minhas fantasias de homem casado é escangalhar tranca bardajona. Claro que um homem como eu jamais pularia a cerca, pois o meu sentido de missão neste planeta é total e inabalável, o que me leva a comportar-me quase sempre de acordo com principios morais rigorosos. Mas quando me imagino solteiro, ou mais frouxo moralmente, uma das minhas fantasias é engatar uma gaja meio gorducha e partir-lhe a bilha. Não estou a falar de obesas, mas sim daquele gordo das britânicas, que mesmo quando são magrinhas têm um corpo fofinho, consequência natural de só comerem merda. Ainda ontem ia a andar pela rua e vejo uma gaja de calças de licra, a vir de uma corrida ou a preparer-se para correr, com um rabiosque solto nas pontas, saltitão, deformado e uma barriga de cerveja. A gaja nem era particularmente bonita, mas aquele conjunto arregalou-me os olhos e pus-me a imaginar como seria rebolar com a tipa. Com o meu aspecto latino a gaja até poderia achar piada e aceder ao meu desejo, em troco de poder mostrar-me às amigas como um troféu de juventude. Imagino que teria a sua piada, uma queca à canzana, com aquelas carnes soltas movendo-se caoticamente em várias direcções. Claro que me sinto atraído pelas boazonas, todas direitinhas, com a pele limpa, que bebem muita água e comem saladas. Só que com essas o sentimento de transgressão é mais linear: são jeitosas logo teria prazer em enrolar-me com elas. Já com as fofinhas há um duplo sentido de aventura, que inclui a atracção pelo sexo meta-marital e por uma mulher desconchavada que não deveria ser objecto de desejo, de acordo com os parâmetros irrealistas definidos por esta sociedade sexista, imperialista e capitalista em que tão miseravelmente vivemos.