domingo, 28 de dezembro de 2014

O Natal é fodido

Após celebrar o Natal pareço um buda, do gordo que estou. Além de que tenho estado embriagado 2 em cada 3 dias. Isto entope-me as veias, machuca-me o cérebro e deixa-me sem tempo para escrever. Volto daqui a pouco. Bom ano novo a todos.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Truísmos e coisas óbvias (em actualização)

1. Esta gaja Marisa Moura é narcisista e mal-educada, em todos os sentidos do que é a educação, e a sua análise parva decorre desses dois factos.

2. O Tony Carreira é mais português do que a Marisa Moura e inclusive, embora muito me custe a admitir isto, mais português do que eu. Digo isto como um elogio claro.

3. Quando aparece uma entrevista boa ao Tony Carreira no Público, há logo meia dúzia de narcisos mal-educados, em todos os sentidos do que é a educação, que saltam para a caixa de comentários a demonstrar a sua superioridade intelectual, acabando no processo por demonstrar o seu ressabiamento e parvoíce.

4. Em paralelo, de cada vez que no The Guardian aparece uma recensão a um filme parvo, pelo menos um britânico mal-educado, mal-educado em todos os sentidos do que é a educação, faz questão de escrever nos comentários que não sabe quem é o Seth Rogen, nem o James Franco, nem o que é uma comédia, nem o que é o riso, nem o que é um peido, e escreverá tudo isto em Latim, antes de se envolver uma disputa com outro parvalhão qualquer sobre se Oxford ou Cambridge são melhores.

5. 'Ser jovem' é ser parvo. Logo celebrar os jovens e a juventude é celebrar a parvoíce.

6. N'O Insurgente metade dos colaboradores são extremamemente religiosos, depositando a sua fé num Deus omnipotente, que tudo controla e tudo regula. Os restantes são católicos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Os hábitos socio-económico-culturais dos portugueses

Após vários dias em que a sondagem aqui ao lado foi conspicuamente e violentamente ignorada por quase todos, alegro-me de vos poder informar que devido a um pico de votação nas últimas horas tivemos mais ou menos 10 milhões de votos. Ou seja, a quase totalidade da população deste nosso belo país votou, incluindo seguramente o Francisco Louçã e a Cláudia Vieira, mas excluindo todo e qualquer estrangeiro que estupidamente tenha aprendido a falar português, purgados que foram os votos dos bárbaros usando uma pergunta de despiste (os portugueses saberão seguramente a qual me refiro).

Estes resultados fenomenais, suficientemente robustos para que a nulidade que gere o Instituto de Ciências Sociais pondere invalidar toda e qualquer ciência social neste país que não os use como base empírica, permitem-me explicar-vos como se comportam os portugueses ao fim-de-semana, especificamente no fim-de-semana que ocorreu antes deste que vem agora e depois do que veio antes do anterior. Primeiro que tudo 75% dos portugueses passou os dias de descanso a esquiar nos Alpes. Parece-me um número razoável e bastante apropriado. Não fosse a austeridade e teriam ido ao invés a Aspen.

Segundo e terceiro, 98% dos portugueses são adeptos do sexo promíscuo e inconsequente, um número que me deprime sobremaneira, pois pergunto-me o que andam a fazer os 2% que discordam. Devem pensar que são a virgem Maria (já agora um aparte: o José nunca desconfiou que a Maria em vez de ter engravidado magicamente, quando Deus a penetrou omnipotentamente, andava na verdade a pôr-lhe os cornos?). O João César das Neves, como badalhoco que é, prepara-se para celebrar em 10 crónicas consecutivas a entrega dos portugueses ao ritual pagão que é o sexo sem compromisso.

Quarto e meio, 100% dos portugueses gostam de comer coisas cozinhadas por velhas porcalhonas. Os chefs que estão a transformar a cozinha portuguesa, e cujo trabalho saúdo e aplaudo, estão essencialmente a cozinhar para estrangeiros e para sujeitos efeminados, tanto homens como mulheres. Quinto menos um quarto, apenas 3% dos portugueses acorda sem memória do que aconteceu a noite passada, o que demonstra que sois todos umas pessoas de bem, pois só um cagalhão mal amanhado é que não consegue aguentar a bubida. Qualquer pessoa decente bebe o máximo de vinho ou cerveja que consegue, bebe dois copos de água de seguida, lava os dentes, deita-se, acorda no dia seguinte sendo capaz de reconstruir ao segundo o dia anterior, bebe uma coca-cola para curar a ressaca e recomeça a beber antes do chá das cinco.

Quanto aos muitos emails que recebi felicitando-me pela prestação deste serviço à nação, não têm de quê, muito agradecido, voilá.

O que são as pessoas?

O Ricardo Salgado é, tanto quanto consigo perceber, uma pessoa. Parece-me óbvio à vista desarmada que ele tem dois olhos, um nariz, uma boca e duas orelhas, elementos que embora não sejam absolutamente indispensáveis, ajudam na caracterização de um elemento como pertencendo ao reino animal e concretamente ao tipo hominídeo. Além disso presumo que o Ricardo Salgado seja também possuidor de dois mamilos, um umbigo, uma pilinha e pelo menos um par de joelhos.

Só que para lá desta caracterização bastante superficial tenho dificuldade em entender o que é o Ricardo Salgado exactamente. Nomeadamente, pergunto-me como é que um gajo passa de rei do universo para rei dos queixinhas. Já sei o que dirão os caros leitores, inteligentes e simpáticos que sois: é tudo a mesma coisa, pois o ego que leva um tipo a querer dominar as merdas tão completamente é o mesmo que o leva a negar que tenha feito merda. Mas o que espanta é a leveza da sua defesa: quem eu? eu não fiz nada de mal, nem sequer tirei as mãos dos bolsos, lixaram-me foi o que foi - Que resposta de labrego, caralho!

O Ricardo Salgado, se fosse com propriedade e solidez o dono disto tudo, como diziam que era, reagia com fúria. Ao ver este gajo caído desta forma, a choramingar para proteger o que ele pensa ser a sua honra, concluo que ele chegou ao topo da pirâmide de poder portuguesa por acaso e não por dedicação. Assim como o Boavista ganhou o campeonato aqui há uns anos porque a competição estava fraquinha (o que levou as pessoas a caracterizar o Jaime Pacheco como um treinador de qualidade, durante esses anos terríveis aos quais nos referimos hoje em dia como ‘os anos em que o Jaime Pacheco foi considerado um treinador de qualidade’, apenas secundados no grau de miséria colectiva que inspiraram pelos anos em que o Paulo Portas existiu) o Ricardo Salgado ganhou a competição na qual ele participava devido à frouxidão da oposição (a aliteração é puramente acidental, juro). Eu sei que é fácil pontapear um cadáver, atividade à qual me estou a entregar com um regozijo bastante visível. Mas tendo em conta que o Pedro Passos Coelho, essa besta inqualificável, sai disto tudo com ar de vencedor, andando por aí a dizer que os donos do país estão a desaparecer, mostra que o Ricardo Salgado não pode ser um gajo inteligente.

Quem é então o Ricardo Salgado? Isto é tudo muito óbvio para o resto da sociedade portuguesa, mas as coisas chegam-me devagar e violentamente, logo perdoem-me por perceber apenas agora o que era óbvio para todos vós: o Ricardo Salgado é o peido final do Estado Novo, um gajo que permaneceu no topo porque não havia mais ninguém para gerir bancos em Portugal há uns anitos atrás; um gajo que nunca soube o que fazer quando lhe deram uma economia aberta, cheia de possibilidades para mexer o dinheiro de um lado para o outro, numa ilusão de trocas financeiras que geram dinheiro sabe-se lá como. O Ricardo Salgado ficou deslumbrado com isto tudo e quando pessoas mais espertas do que ele (como os gajos que mandam em Angola) disseram-lhe para fazer isto e aquilo, ele fê-lo. Apoiado no poder que tinha (porque tinha poder, claro) juntamente com o poder que pensava ter, fugiu para a frente, mas sempre de forma muito paroquial, muito Salazarenta, muito labrega, apoiando-se nas empresas do regime, sem nunca entrar no jogo onde verdadeiramente se faz dinheiro, aquele em que brincam os meninos grandes da City e de Wall Street. Se ele fosse um gajo desses não estava para aí a choramingar: dizia que fez o que tinha que fazer e que se alguém tem problemas que se vá foder. Vejam onde estão os capitães da indústria financeira americana e britânica e onde está o Ricardo Salgado, comparem, e digam-me lá que este gajo não era um fracote.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Respondam

Respondam à sondagem aqui ao lado, que é muito divertida e engraçada. 

O Krugman tem o Friday night music, com umas paneleirices dos Arcade Fire e Lucius e o caralho que o foda na sua imensa sabedoria, inteligência e tendência para estar mais correcto que os opositores. Eu ao invés tenho Friday night comic. Não sei é quanto tempo isto vai durar porque só gosto para aí de 2 gajos que fazem coisas destas. A ver vamos amigos, a ver vamos. 


Têm razão, alguma

O Eduardo Pitta transcreve uma mensagem do patriarca Francisco Louçã, na qual este último tem toda a razão. Eu sei que também já condenei o Sócrates, embora tenha deixado algumas notas de caução que procuram deixar subentendido que respeito a presunção de inocência até prova em contrário. Só que eu não interesso para nada e os tios enjoados que o Louçã cita interessam. Logo eles têm que ter cuidado, eu não.

Chega portanto a altura de revelar uma dimensão da minha vida desconhecida porventura de vossas excelências: vivo, caros amigos, fora de Portugal desde há vários anos. Daí que acompanhe estas coisas à distância, o que me permite escapar aos aspetos mais opressivos do clima pastoso que se vive em Portugal. Mas esta posta do Louçã (ainda que aproveitada pelo Eduardo para completar um quadro argumentativo em que este último acha que isto de fato é uma cabala, tese à qual, como afirmei antes, atribuo pouca credibilidade) exemplifica bem o grau esdrúxulo de pastosidade a que se chegou. Directores e ex-directores de jornais a dizer que o Sócrates é culpado porque sim é uma coisa péssima, que cheira mal, e cobre toda esta história com uma película ainda mais porcalhona do que antes. É verdade também que Sócrates foi dos primeiros gajos a procurar dominar este jogo, envolvendo os comentadores e jornalistas num manto de conversa, powerpoints e sedução que impedia qualquer tipo de debate sério e honesto sobre o que se estava a passar enquanto o dito cujo era PM. Mas nada justifica estas merdas que o Louçã cita.

Foda-se, que raio vai acontecer a este país? Mas pergunto isto a sério, sem o cinismo, ou ironia, ou desconversa que caraterizam o que aqui escrevo: para onde vamos?