sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Têm razão, alguma

O Eduardo Pitta transcreve uma mensagem do patriarca Francisco Louçã, na qual este último tem toda a razão. Eu sei que também já condenei o Sócrates, embora tenha deixado algumas notas de caução que procuram deixar subentendido que respeito a presunção de inocência até prova em contrário. Só que eu não interesso para nada e os tios enjoados que o Louçã cita interessam. Logo eles têm que ter cuidado, eu não.

Chega portanto a altura de revelar uma dimensão da minha vida desconhecida porventura de vossas excelências: vivo, caros amigos, fora de Portugal desde há vários anos. Daí que acompanhe estas coisas à distância, o que me permite escapar aos aspetos mais opressivos do clima pastoso que se vive em Portugal. Mas esta posta do Louçã (ainda que aproveitada pelo Eduardo para completar um quadro argumentativo em que este último acha que isto de fato é uma cabala, tese à qual, como afirmei antes, atribuo pouca credibilidade) exemplifica bem o grau esdrúxulo de pastosidade a que se chegou. Directores e ex-directores de jornais a dizer que o Sócrates é culpado porque sim é uma coisa péssima, que cheira mal, e cobre toda esta história com uma película ainda mais porcalhona do que antes. É verdade também que Sócrates foi dos primeiros gajos a procurar dominar este jogo, envolvendo os comentadores e jornalistas num manto de conversa, powerpoints e sedução que impedia qualquer tipo de debate sério e honesto sobre o que se estava a passar enquanto o dito cujo era PM. Mas nada justifica estas merdas que o Louçã cita.

Foda-se, que raio vai acontecer a este país? Mas pergunto isto a sério, sem o cinismo, ou ironia, ou desconversa que caraterizam o que aqui escrevo: para onde vamos?