sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Os hábitos socio-económico-culturais dos portugueses

Após vários dias em que a sondagem aqui ao lado foi conspicuamente e violentamente ignorada por quase todos, alegro-me de vos poder informar que devido a um pico de votação nas últimas horas tivemos mais ou menos 10 milhões de votos. Ou seja, a quase totalidade da população deste nosso belo país votou, incluindo seguramente o Francisco Louçã e a Cláudia Vieira, mas excluindo todo e qualquer estrangeiro que estupidamente tenha aprendido a falar português, purgados que foram os votos dos bárbaros usando uma pergunta de despiste (os portugueses saberão seguramente a qual me refiro).

Estes resultados fenomenais, suficientemente robustos para que a nulidade que gere o Instituto de Ciências Sociais pondere invalidar toda e qualquer ciência social neste país que não os use como base empírica, permitem-me explicar-vos como se comportam os portugueses ao fim-de-semana, especificamente no fim-de-semana que ocorreu antes deste que vem agora e depois do que veio antes do anterior. Primeiro que tudo 75% dos portugueses passou os dias de descanso a esquiar nos Alpes. Parece-me um número razoável e bastante apropriado. Não fosse a austeridade e teriam ido ao invés a Aspen.

Segundo e terceiro, 98% dos portugueses são adeptos do sexo promíscuo e inconsequente, um número que me deprime sobremaneira, pois pergunto-me o que andam a fazer os 2% que discordam. Devem pensar que são a virgem Maria (já agora um aparte: o José nunca desconfiou que a Maria em vez de ter engravidado magicamente, quando Deus a penetrou omnipotentamente, andava na verdade a pôr-lhe os cornos?). O João César das Neves, como badalhoco que é, prepara-se para celebrar em 10 crónicas consecutivas a entrega dos portugueses ao ritual pagão que é o sexo sem compromisso.

Quarto e meio, 100% dos portugueses gostam de comer coisas cozinhadas por velhas porcalhonas. Os chefs que estão a transformar a cozinha portuguesa, e cujo trabalho saúdo e aplaudo, estão essencialmente a cozinhar para estrangeiros e para sujeitos efeminados, tanto homens como mulheres. Quinto menos um quarto, apenas 3% dos portugueses acorda sem memória do que aconteceu a noite passada, o que demonstra que sois todos umas pessoas de bem, pois só um cagalhão mal amanhado é que não consegue aguentar a bubida. Qualquer pessoa decente bebe o máximo de vinho ou cerveja que consegue, bebe dois copos de água de seguida, lava os dentes, deita-se, acorda no dia seguinte sendo capaz de reconstruir ao segundo o dia anterior, bebe uma coca-cola para curar a ressaca e recomeça a beber antes do chá das cinco.

Quanto aos muitos emails que recebi felicitando-me pela prestação deste serviço à nação, não têm de quê, muito agradecido, voilá.