Estes resultados fenomenais, suficientemente robustos para
que a nulidade que gere o Instituto de Ciências Sociais pondere invalidar toda
e qualquer ciência social neste país que não os use como base empírica,
permitem-me explicar-vos como se comportam os portugueses ao fim-de-semana,
especificamente no fim-de-semana que ocorreu antes deste que vem agora e depois
do que veio antes do anterior. Primeiro que tudo 75% dos portugueses passou os
dias de descanso a esquiar nos Alpes. Parece-me um número razoável e bastante
apropriado. Não fosse a austeridade e teriam ido ao invés a Aspen.
Segundo e terceiro, 98% dos portugueses são adeptos do sexo
promíscuo e inconsequente, um número que me deprime sobremaneira, pois
pergunto-me o que andam a fazer os 2% que discordam. Devem pensar que são a
virgem Maria (já agora um aparte: o José nunca desconfiou que a Maria em vez de
ter engravidado magicamente, quando Deus a penetrou omnipotentamente, andava na
verdade a pôr-lhe os cornos?). O João César das Neves, como badalhoco que é,
prepara-se para celebrar em 10 crónicas consecutivas a entrega dos portugueses
ao ritual pagão que é o sexo sem compromisso.
Quarto e meio, 100% dos portugueses gostam de comer coisas
cozinhadas por velhas porcalhonas. Os chefs que estão a transformar a cozinha
portuguesa, e cujo trabalho saúdo e aplaudo, estão essencialmente a cozinhar
para estrangeiros e para sujeitos efeminados, tanto homens como mulheres.
Quinto menos um quarto, apenas 3% dos portugueses acorda sem memória do que
aconteceu a noite passada, o que demonstra que sois todos umas pessoas de bem,
pois só um cagalhão mal amanhado é que não consegue aguentar a bubida. Qualquer
pessoa decente bebe o máximo de vinho ou cerveja que consegue, bebe dois copos de água de seguida, lava os dentes,
deita-se, acorda no dia seguinte sendo capaz de reconstruir ao segundo o dia
anterior, bebe uma coca-cola para curar a ressaca e recomeça a beber antes do
chá das cinco.
Quanto aos muitos emails que recebi felicitando-me pela
prestação deste serviço à nação, não têm de quê, muito agradecido, voilá.