sexta-feira, 27 de novembro de 2015

p'ró caralho

P'ró caralho, puta de vida, que se fodam os portugueses e os espanhóis e os chineses e os Alemães e os peruanos e os surinameses e todos os caralhos que habitaram este planeta desde sempre, agora e para sempre, caralho, merda, puta, foda-se para todos

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Este blogue é feminista

Não sabia quem era a Stoya; agora sei; e a minha vida é infinitamente melhor.

Acalmem-se por favor e deixem no esgoto as vossos comentários rebarbados e/ou misoginistas, de quem não aceita a liberdade sexual feminina. Eu também não a aceito mas pelo menos aceito que o facto de não a aceitar tem tudo a ver com as minhas inseguranças e a necessidade masculina e heteronormativa de controlar os corpos daquela metade da população mundial cuja simples existência significa um burbulhar de desejos e confusões na minha cabeça. Pois obviamente é daqui que vem a misoginia: desde há muito tempo que os homens que pensam e escrevem querem não só escrever e pensar mas também condicionar o mundo. Há um desejo de ter poder muito forte por trás de filósofos e teólogos e escritores e merdas afins, que os impele a querer responder a questões sobre quem somos, de onde vimos, qual a natureza do espiritual, quem criou o mundo e o que quer quem o criou. O facto de tantos se terem virado contra as mulheres, desprezando-as, relegando-as para posições de pouca importância ou activamente odiando-as, como fizeram particularmente os escritores religiosos, tem o ver com o contraste entre por um lado o desejo de racionalizar o mundo e exercer sobre ele poder através do condicionamento do pensamento dos outros e por outro lado a irracionalidade do desejo sexual. Estes homens querem ser racionais, pensar o mundo de forma categórica e porventura conseguir-lo-ão nalgumas matérias, mas depois saem à rua e vêem um gaja boa, linda, com as mamas empertigadas e o rabo apetitoso e perdem-se de desejos e querem ter essa mulher mas não conseguem, porque são uns totós com os quais nenhuma gaja boa quer foder. Em vez de se virarem para dentro culpam as mulheres, dizem que a carne é pecado, que foi a puta da primeira mulher que nos expulsou do paraíso porque não foi capaz de comer outra fruta para sobremesa e quis maçã. Não meus amigos, projectar na mulher o pecado porque o desejo de pecar nos condiciona não é bem feito. É feio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Vai-te embora

Gosto de músicas que celebram o fim das relações, o vai-te embora, a independência, a importância da solidão. Uma canção perfeita seria apenas um loop repetitivo de: 'vai p'ró caralho e deixa-me em paz' mas não existindo há coisas parecidas. Claro que a mais celebrada é o I Will Survive, uma canção perfeita. Mas há outras, como esta:


Mesmo entre os cantores merdosos e com cara de parvos existem alguns bons exemplos:


O gajo tem que dizer perdoname porque esta merda tem que vender, e as pitas de 15 anos não estão preparadas para ouvir um: joder tia, desampara-me a loja! Mas há aqui uma raiva bonita e purificadora.

Claro que aquela que mais se aproxima da perfeição, que combina a raiva, a frustração, o alívio e a confusão que resultam de mandar um amante para o caralho é esta:


Não há que dizer nada mais: confiei em ti minha puta (ou meu cabrão) e agora já não confio. Aqui está tudo o que é preciso dizer. Nem implica que tenha havido traição ou quebra de confiança: o confiei em ti inclui tudo, confiei que ia amar-te, confiei que ias valer a pena, mas afinal não. Acabou-se, deixa-me em paz.

Deviamos celebrar o fim das relações. Sempre que vejo alguém falar da dor que persiste anos após o fim da relação, a necessidade de reconstruir a vida e outras parvoíces afins, penso que seria bastante mais saudável dizer:  foda-se que alívio! O fim de uma relação é sempre uma coisa boa, sempre, como explicou o Louis CK (lá para o minuto 6):



 
 


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Punhos ensanguentados de amor

Li que o Antony afinal é a Antony. Ou seja identifica-se com o género feminino. Atrás disto aprendi a palavra cisgender (cisgénero?) que se refere à condição de uma pessoa se identificar com o género com que nasceu. É tudo muito interessante.

Esta música chama-se fistful of love e fala de um gajo (ou gaja) que sente o amor da pessoa amada através dos seus punhos. É fodido.


Foda-se!!!!

Foooooooooooooooooooodaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa-sseeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

terça-feira, 10 de novembro de 2015

é bonito

Gosto muito do meu país (sim essa merda existe, quantas vezes tenho que repetir isto caralho?). Este meu gosto deriva de preferências individuais - pela minha família, os meus amigos, os meus hábitos, o meu passado, a minha língua maternal - e tem pouco a ver com questões colectivas - as características do país em si - mas isso pouco importa. Lá porque as coisas são socialmente construídas e levam-nos a desenvolver um quadro abstracto-mental que seria significativamente diferente se fossemos produto de outras condições, isso não significa que não sejam importantes. Para além do que herdamos biologicamente, e a biologia determina muito pouco meus amigos, tudo o que temos é socialmente construído - ou melhor, é construído através da interacção entre o indivíduo e o colectivo;  o facto de tudo ser socialmente construído significa que todas as instituições (formais e informais, generalistas e individuais) são relativas ao contexto que as produz, mas daí não resulta que sejam irrelevantes. A democracia, os direitos humanos, a igualdade perante e lei, etc, são tudo instituições relativas, recentes, aplicadas apenas num número limitado de contextos e mesmo nesses contextos aplicadas de forma desigual. Mas não é obviamente irrelevante que elas sejam aplicadas ou não - se acham que sim sugiro que venham aqui ter comigo para que vos acorrente na cave e vos espanque diariamente até que se esvaiam em sangue e pouco antes de morrerem perguntar-vos-ei se continuam a achar que o direito de todos à dignidade humana independemente da sua condição social é irrelevante (ainda que seja, repito, relativo, pois na história da humanidade foram mais os momentos e contextos em que este direito foi aplicado de forma restritiva).

Tudo isto para dizer que a imagem em cima quase me faz chorar. Faz-me lembrar o meu país, que apesar de espectacular é também sujo, ignorante e atrasado. Portugal é uma merda mas também é muito bom, tal como qualquer outro país. Portugal não significa nada, pois poderíamos muito bem ser todos Espanhós, ou Italianos, ou Franceses, ou Ingleses, ou Alemães, se a história tivesse tomado um rumo apenas ligeiramente diferente. Mas como não o somos, somos Portugueses, e isso importa caralho.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Uma pausa para coisas óbvias

Têm razão os direitóides que dizem que a esquerda nunca se entendeu no passado. A esquerda tem tendência para a fragmentação e nas últimas décadas viciou-se em vitórias morais. Logo este acordo é de facto uma surpresa e não garante estabilidade para os próximos 4 anos.

O que os direitóides não entendem é que se a direita não tivesse sido tão filha-da-puta este acordo nunca teria acontecido. A PAF conseguiu unir a esquerda, um feito difícil de conceber até há pouco. Muito obrigado.

Agora vão-se foder.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Puto!


O meu fascínio por este video não tem nada a ver com nostalgias meus cagalhões: este foi o melhor periodo da vida deste nosso belo país, por motivos que dentro em breve explorarei com um ensaio de 900 páginas.