quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Vai-te embora

Gosto de músicas que celebram o fim das relações, o vai-te embora, a independência, a importância da solidão. Uma canção perfeita seria apenas um loop repetitivo de: 'vai p'ró caralho e deixa-me em paz' mas não existindo há coisas parecidas. Claro que a mais celebrada é o I Will Survive, uma canção perfeita. Mas há outras, como esta:


Mesmo entre os cantores merdosos e com cara de parvos existem alguns bons exemplos:


O gajo tem que dizer perdoname porque esta merda tem que vender, e as pitas de 15 anos não estão preparadas para ouvir um: joder tia, desampara-me a loja! Mas há aqui uma raiva bonita e purificadora.

Claro que aquela que mais se aproxima da perfeição, que combina a raiva, a frustração, o alívio e a confusão que resultam de mandar um amante para o caralho é esta:


Não há que dizer nada mais: confiei em ti minha puta (ou meu cabrão) e agora já não confio. Aqui está tudo o que é preciso dizer. Nem implica que tenha havido traição ou quebra de confiança: o confiei em ti inclui tudo, confiei que ia amar-te, confiei que ias valer a pena, mas afinal não. Acabou-se, deixa-me em paz.

Deviamos celebrar o fim das relações. Sempre que vejo alguém falar da dor que persiste anos após o fim da relação, a necessidade de reconstruir a vida e outras parvoíces afins, penso que seria bastante mais saudável dizer:  foda-se que alívio! O fim de uma relação é sempre uma coisa boa, sempre, como explicou o Louis CK (lá para o minuto 6):