quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Sim senhor

Muitos parabéns e tal e coiso, conseguir uma bolsa da ERC é dificílimo, logo conseguir duas é difícil pa caralho. Mas passemos ao que verdadeiramente importa: de vez em quando gosto de descobrir comentadores como o Sr Abel Moreira, que encontrarão lá para baixo nesta notícia, isto se ainda não tiverem atingido a merda dos 10 artigos grátis por mês no Público. Este tipo de comentadores (que se encontram por aí e nalguns casos até fizeram história, como a Zazie ou o Euroliberal, dos maus velhos tempos quando as pessoas ainda liam blogues) costumam combinar as mesmas características: defendem uma teoria qualquer meio esotérica sobre a vida, o mundo, ou outra merda qualquer, que raramente revelam, preferindo antes falar por meias-palavras e deixar subentendido que eles sabem a verdade sobre as coisas, só que não a revelam porque não vale a pena; são extremante agressivos (ou melhor, passivo-agressivos), mas ao mesmo ficam muito indignados e magoados com os ataques que sofrem dos outros comentadores; têm tendência para discordar das regras gramaticais e ortográficas, contra as quais se rebelam com frequência; são extremamente obcecados, comentam repetidamente e respondem a qualquer resposta e ainda bem, porque caso contrário não teriam interesse; e acham que estão a ter um impacto imenso na sociedade portuguesa. De entre as coisas que a Internet nos atirou para cima desde que apareceu, a emergência destes heróis anónimos é das coisas mais interessantes que gerou, a par da massificação da pornografia. Pergunto-me quem serão estas pessoas, que vida têm, falarão da mesma forma com as pessoas que têm à sua volta no mundo real? Se calhar são aquele tio que se vê uma vez por ano na matança do porco, que entretêm os putos com histórias mas com quem os adultos mal falam porque o gajo é chato pa caralho. Ou então são gajos totalmente normais, que votam PSD e defendem que é preciso fazer sacrifícios e que depois escrevem estas merdas nas caixas de comentários. Ou então são mesmo uns esquisitóides, que vivem fechados em casa com as persianas corridas e passam o tempo todo em frente ao computador.

Não sei quem são, mas sem eles a minha vida seria mais aborrecida.