quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Literatura erótica para fazedoras de lares


João era um homem poderoso, que mandava muito, em muitas pessoas e era uma pessoa sem escrúpulos. Era um mauzão. Mas também era muito bonito e gostava de dar dinheiro para causas bonitas, como a liga dos animais, o que é muito importante, porque quanto mais conheço os homens mais gosto dos bichinhos. Um dia fui a uma reunião de trabalho à empresa do João, que constrói casas e faz outras coisas na construção civil. O João está muito bem relacionado, conhece muitos políticos e gente poderosa, assim como ele, e faz muitas negociatas. Ai ele é um homem mesmo poderoso e mandão. Eu também sou poderosa, só que os que me apunhalam pelas costas não o sabem porque eu escondo-o, porque os inteligentes podem esconder que o são e os parvos também. Espera lá, acho que não é bem assim. Bom, estava eu na reunião e o João disse: tenho que atender o telefone, é urgente – e saiu da sala. Não sei com quem estava a falar mas sugeriu-se na sala que poderia ser com o Primeiro-Ministro. Até me deu um arrepio na espinha, de pensar o quão poderoso ele é.

Quando ele voltou disse que tinha que terminar a reunião, porque tinha surgido uma coisa urgente e saiu. A chatice é que por causa disto a minha empresa foi à falência, porque precisávamos mesmo daquele negócio, logo agora estou sem emprego, mas o João continua a construir casas. Este mundo é injusto, como nos ensinam os animais, quando são mal tratados e nada acontece às pessoas que fazem as coisas más, como aqueles polícias que expulsaram do comboio um jovem só porque ele estava com um cãozinho, que ainda por cima estava assustado, o cão claro, o jovem quero lá saber. Com o desemprego as pessoas que me apunhalaram pelas costas riem-se e apunhalam ainda mais, mas a última a rir não vou ser eu, vão ser eles, porque são parvos e riem-se de tudo, mesmo quando ninguém conta uma anedota.

Entretanto tive que voltar à empresa do João, para pedir explicações e ver se ainda se arranjava alguma coisa. Ele deu-me um contrato e disse que era algo sobre sadomasoquismo, que ia mudar a minha vida, mas eu não gosto dessas coisas étnicas e queria mesmo era vender-lhe umas caixas de azulejos. A certa altura ele agarrou-me o braço com força e disse que me queria beijar e eu dei-lhe dois beijos na cara e ele pareceu desiludido. De modos que me violou e agora sou a sua escrava sexual.